Saiba mais sobre a Yakuza
Yakuza – A Arte das tatuagens

🉐 Saiba Mais Sobre a Yakuza
🎴 Yakuza – A Arte das Tatuagens
Séculos atrás, nos dias do Shogun, as autoridades japonesas marcavam os criminosos com tatuagens para distingui-los do restante da população. Essas tatuagens, altamente visíveis, normalmente levavam a forma de um anel preto ao redor do braço; conforme a sentença, iam aumentando os anéis (isto é, subentende-se que os mais “periculosos” estariam com os braços totalmente demarcados).
Aconteceu então o previsível: esses homens marcados e excluídos da sociedade gradualmente foram aderindo a grupos, eventualmente formando organizações, até chegar ao que é conhecido como Yakuza (ou gokudō). Assim surgiu o que hoje chamamos de grupos de crime organizado japonês – também vistos como gangues, clãs ou máfias.
Usadas orgulhosamente como símbolos de status e dedicação, as tatuagens da Yakuza evoluíram em magníficas obras-primas corporais e multicoloridas...
Essas tatuagens geralmente levavam anos para serem terminadas. Eram feitas no método do Tebori ou Irezumi, que significa “inserção de tinta”.
Geralmente, eram baseadas nas figuras do teatro kabuki. Um dos designs mais utilizados era o do Benten Kozo, um criminoso que se disfarçava de mulher e, ao ser capturado, revelou-se como um homem com o corpo todo tatuado.
O termo "Yakuza" provém de um jogo de cartas japonês, o Oicho-Kabu.
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🖋️ Sobre o Método Tebori
As tatuagens tradicionais japonesas são um emaranhado espetacular de um rico projeto.
É uma arte que amadureceu até a perfeição, originada de pinturas em blocos de madeira do antigo período Edo (1804–1868).
A técnica japonesa chamada "Tebori" significa literalmente “entalhar com as mãos”.
Usam-se agulhas enroladas na ponta de uma vara de bambu para inserir tinta de carvão vegetal na pele.
A pele viva é o suporte dessa estética, na qual a técnica se desenvolve dentro do chiaroscuro (claro-escuro), colorindo e sombreando a tatuagem japonesa que conhecemos hoje.
Durante o período Edo mais recente (século XVIII), o Japão cresceu bastante, e foi nessa época que surgiu a tatuagem como uma forma de arte.
Usando imagens de aquarelas tradicionais, gravuras em madeira e livros como modelos, e com muita paciência e dor, surgiam belíssimas tatuagens.
A tatuagem Tebori ou Irezumi é feita em diversas sessões, muito famosa por cobrir corpos inteiros da máfia japonesa (Yakuza).
O Tebori é totalmente artesanal, demorado e trabalhoso, e poucos tatuadores no Brasil realizam esse tipo de procedimento.
É um método que a tecnologia ultrapassou, mas que a tradição se recusa a deixar morrer.
Existem tatuadores que trabalham apenas com esse método e conseguem criar verdadeiras obras de arte na pele, sem deixar nada a desejar em comparação com as melhores máquinas do mercado.
Atenção: Se você quiser começar a tatuar com o método Tebori, não se esqueça dos conceitos básicos de esterilização.
(Fonte: Resenha do Tatuando.com)
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🧍♀️ A Presença das Mulheres na Yakuza

Hoje, muitas facções da Yakuza continuam patriarcais em sua natureza, mas mulheres também fazem parte da gangland japonesa.
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Esposas, amantes e namoradas de figurões também passam pelo processo de tatuagem em praticamente toda a extensão do corpo.
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Às vezes, essas tatuagens demonstram afiliação ao estilo de vida da gangue.
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Em outros casos, demonstram lealdade e obediência ao membro da Yakuza com quem se relacionam.
Quem sabe essa tradição não tenha influenciado o hábito moderno de algumas mulheres tatuarem nomes de parceiros, mesmo sem serem japonesas?
🎎 A Hierarquia da Yakuza
A Yakuza é organizada como uma família, com uma das hierarquias mais rígidas do mundo do crime.
⚖️ Títulos e Funções:
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Oyabun (pai): Chefe supremo do clã.
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Wakagashira: Chefe dos filhos, segundo em comando.
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Shateigashira: Chefe dos irmãos, terceiro em comando.
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Wakashu: “Filhos” da organização.
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Kyodai: “Irmãos” do clã.
Cada filho pode formar sua própria gangue, gerando subfamílias.
Mesmo assim, a palavra final sempre pertence ao Oyabun.
Uma família típica possui de 20 a 200 membros, podendo formar clãs com mais de 1000 homens.
🚫 Regras de Conduta da Yakuza
Todos os membros devem seguir um rígido código de ética:
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❌ Não esconder dinheiro da gangue.
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❌ Não se envolver com narcóticos.
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❌ Não procurar a polícia.
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❌ Não violar a esposa ou filhos de outro membro.
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❌ Não desobedecer ordens superiores.
Membros que quebram essas regras são punidos com rituais brutais como:
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🔪 Amputação dos dedos diante dos superiores.
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☠️ Suicídio forçado, em alguns casos.
🧍♂️ Membros Autônomos
Há dois tipos de integrantes:
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Membros de clãs organizados.
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Autônomos, que não pertencem a nenhum grupo.
Os autônomos:
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Têm dificuldade de atuar nos territórios dominados.
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São usados como bodes expiatórios ou executores contratados.
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Podem formar seu próprio clã, se forem ambiciosos e sobreviventes.
🖋️ As Tatuagens como Registro de Crimes
As tatuagens podiam:
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📛 Descrever os clãs.
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⛓️ Representar os crimes cometidos (com anéis de fundo negro).
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💪 Servir como símbolo de força e lealdade.
A Yakuza aceitava membros de origens humildes:
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Jovens abandonados, sem escolaridade.
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Refugiados da Coreia, China etc.
Mas, ao entrar, exigia-se obediência incondicional.
🚫 Estigma das Tatuagens no Japão
Em muitos locais públicos (banheiros, saunas, academias), ainda hoje há cartazes proibindo a entrada de pessoas tatuadas, independentemente de serem ou não membros da Yakuza.
Apesar disso, é improvável que algum dono de estabelecimento tenha coragem de barrar um verdadeiro Yakuza... rs.
🛁 Cultura do Banho Público


Aparentemente, a sociedade japonesa aos poucos está perdendo o preconceito contra tatuagens e aderindo à arte na pele.
Contudo, o pensamento de que “tatuagem é coisa de bandido” ainda persiste – tanto no Japão quanto no Brasil.
Talvez esse “pouco a pouco” ainda dure algumas boas décadas...